Incluir;
Do latim, encerrar, meter, fechar, fazer parar, rodear, cercar, incluir,
limitar, terminar.
Inclusão;
Também do latim, encerramento, prisão. Sim... Prisão...
Também
me surpreendi quando percebi que nunca tinha me tocado que incluir era “incluir
em algo”, fechar, limitar as possibilidades. Desfez-sena minha cabeça a ideia
de liberdade que a palavra me trazia, como se incluir fosse tirar alguém da
“solitária” e trazer para o mundo livre. Na verdade, é quase o contrário.
Por
que uma pessoa que tem uma “limitação” motora ou psíquica deve ser incluída?
Fechada? Limitada?
Penso
em outra palavra: Libertação.
Deveríamos
todos libertar, abrir, remover os limites.
Libertar
dos rótulos, abrir possibilidades, remover os limites impostos pelas barreiras,
sejam elas físicas ou imaginárias.
Construir
uma rampa de acesso não remove o degrau logo em seguida. Construir uma calçada
com piso tátil não tira o poste da frente. Criar uma linguagem de sinais não
faz a mudez ser entendida. Enfim. O sentido libertador da palavra inclusão só
existirá quando pararmos de tentar incluir o outro, e passarmos a nos enxergar
um ou outros como seres completos, todos cheios de habilidades e limitações.
Semelhantemente diferentes, ou diferentemente semelhantes, essa é a graça de
ser humano.